Você pode até achar que estudar é ruim, mas provavelmente está longe de ser a pior profissão do mundo. Senhores e senhoras , imaginem esvaziar fossas sépticas e carregar os excremento humanos numa cesta sobre a cabeça. É do mal, mas pode ficar pior: espere chegar a época das monções para as chuvas diluírem as fezes, que fatalmente escorrerão.
Homens e mulheres, pensem num bueiro de onde, ao abrir, saiam baratas e ratos. Quando o movimento diminuir, mergulhe no fétido e escuro para desobstruir as tubulações. Nada de luvas nem máscaras para amontoar do lado de fora a massa escura feita de fezes, absorventes femininos. camisinhas e embalagens plásticas. No máximo, pás, baldes e carriolas. Muitos morrem afogados no excremento ou envenenado pelo gás metano - resultante da fermentação das fezes - que se acumula nas galerias e ainda causa explosões letais.
Esse é o trabalho dos 650 mil scavengers indianos. Em inglês, scavengers são animais que se alimentam de carniça (como urubus e hienas), mas, na Índia, a palavra se tornou apelido para a profissão daqueles que nasceram na fossa da hierarquia hindu. Os dalits são a mais baixa casta, mas mesmo eles, os intocáveis, estão divididos em subcastas. Para grupos como os bhangis, pakhis, balmikis e sikkaliars, o cocô é a opção única - e hereditária. Pouca gente parece se incomodar com isso na sociedade indiana. Tanto que os mergulhadores de bueiros são contratados por empresas a serviço do poder público em cidades como Mumbai e Nova Délhi.
Na Índia são geradas 120 mil toneladas de fezes por dia, e há uma cultura de higiene pessoal, onde as pessoas devem tomar banho antes de entrar na cozinha ou depois de fazer o número 2.
750 milhões de indianos defecam em campos abertos ou em latrinas secas. Isto equivale às populações inteiras dos EUA, da Indonésia e do Brasil juntas evacuando fora do banheiro.
E você reclamando que as provas começam semana que vem. Francamente!
Fonte: Super Interessante
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