O furinho no corpo da caneta existe para prevenir vazamento de tinta. Se não houvesse o tal buraquinho, conforme a tinta fosse consumida, um vácuo se formaria no lugar onde antes havia tinta e ela tenderia a vazar por trás. Pense no tubo do reservatório. Ele tem duas saídas para a tinta: uma na ponta que escreve e uma na extremidade superior, certo? No processo de fabricação, o ar é retirado da ponta usada para escrever, para que o espaço seja preenchido pela tinta. Do outro lado, o ar que entra pelo buraquinho evita que a tinta faça o caminho inverso e vaze pela parte de trás. Cerca de 90% das canetas têm alguma abertura para evitar vazamento. Modelos mais caros, que não têm corpo com abertura, não vazam porque contêm cargas de tinta seladas e pressurizadas. Conforme a tinta vai sendo gasta, o ar comprimido se expande e vai ocupando o espaço livre no reservatório. Mas existem duas ocasiões em que não há furinho que proteja contra vazamentos. O primeiro é meio absurdo: se a gente estiver usando a caneta numa nave espacial! Nessa situação, a pressão atmosférica reduzida não consegue segurar a tinta no reservatório. "A pedido da ME, fiz um experimento que revelou que uma caneta com furinho pode vazar quando a pressão atmosférica é 35 vezes menor do que a da cidade de São Paulo. Isso só aconteceria longe da superfície terrestre", diz o físico Cláudio Furukawa, da USP. Segundo, em dias quentes ou quando alguém dá uma baforada no reservatório, algumas canetas vazam porque o calor diminui a consistência pastosa da tinta, deixando-a mais líquida. Aí, é sujeira.
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